Tuesday, May 11, 2010

a Motorola e o Android, MotoDev Summit 2010

Semana passada (5/5/2010) ocorreu o MotoDev Summit 2010 em São Paulo, no Hotel Transamérica. O evento, patrocinado pela Motorola, contou com sessões em diferentes linhas de foco, todas relacionados à adoção da plataforma Android para dispositivos móveis - dos aspectos técnicos aos de negócio. Estive lá, assistindo à diversas sessões, e devo parabenizar a Motorola por diversos motivos que passo a explorar à seguir.

1 - Visão de futuro

O Android acaba de ultrapassar o iPhone em vendas nos EUA. Ou seja, daqui para frente, será muito fácil defender o modelo de mobilidade proposto pelo Google - mas vamos lembrar que a Motorola tomou a decisão de aderir ao Open Handset Alliance em Nov/2007.

O Android não é só um bom negócio para a Motorola. Dados apresentados por Christy Wyatt na sessão de abertura dão conta de que, antes mesmo de superar o iPhone em vendas, os dispositivos móveis que rodam o sistema operacional aberto do Google já transferiam mais dados na rede do que todos os outros móveis juntos - o que nos mostra o potencial de negócio também para as operadoras, uma vez que ainda existem mais iPhones que Androids em funcionamento.

Outro detalhe chama atenção: a palavra "ecossistema" apareceu recorrentemente durante as sessões, principalmente as voltadas para o negócio. O termo é utilizado para definir a relação entre a Motorola, as operadoras e os desenvolvedores de aplicações independentes - estes últimos claramente o foco do evento, com direito à expressões do tipo "a Motorola está investindo em vocês" (a platéia era formada principalmente por programadores independentes e empreendedores). Esse cenário me lembrou a quebra de paradigma descrita por Eric Raymond em seu clássico livro "The Cathedral and The Bazaar", no qual ele prevê que o modelo tradicional de desenvolvimento de software (produzido por "Catedrais" gigantes e onipresentes) será substituído por um modelo mais horizontal, fragmentado e customizado (softwares produzidos por empresas menores e mais especializadas, negociando como que numa feira).

2 - Ações planejadas de acordo com a visão

Destaque aqui para o "MotoDev Studio for Android", a plataforma integrada de desenvolvimento (IDE) baseada no Eclipse e patrocinada pela Motorola, cujo objetivo é facilitar a vida do desenvolvedor. Detalhe importante: nela se escrevem aplicativos para qualquer dispositivo rodando Android - não apenas Motorola, mas também HTC, LG ou quaisquer outros fabricantes do hardware. Isso é ser coerente com a adoção de um padrão verdadeiramente aberto. Não basta disponibilizar gratuitamente o SDK, como os outros fizeram antes.

3 - A escolha correta

Em pouco tempo, a maior parte do tráfego na Internet ocorrerá em função de dispositivos móveis. Isso incluirá tráfego sensível e potencialmente valioso para a ação de estelionatários digitais. Ou seja - se hoje estamos atordoados com os vírus atingindo notebooks e desktops, muito em breve estaremos às voltas com o mesmo tipo de ameaça aos celulares.

O Android tem uma arquitetura especialmente robusta para resistir à códigos maliciosos. Cada aplicação roda com seu próprio usuário, sua própria instância JVM, e há uma completa estrutura de controle para acesso à dados compartilhados. Essa não é a solução para todos os nossos problemas, pois ainda resta a engenharia social e os erros humanos triviais (inclusive os de programação). Mas se compararmos a arquitetura do Android com as outras opções, veremos que este está anos-luz à frente dos demais.

A revolução digital está apenas começando.

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